Segurança Alimentar e Conservação Ambiental

Projeto de Segurança Alimentar e Conservação Ambiental

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) define segurança alimentar como a garantia de que as famílias tenham acesso físico e econômico regular e permanente a conjunto básico de alimentos em quantidade e qualidade significantes para atender aos requerimentos nutricionais.

As comunidades ribeirinhas e aldeias do Alto Arapiuns possuem uma alimentação muito próxima dos povos indígenas da Amazônia, cuja dieta básica é a farinha de mandioca, caça e pesca. Tal dieta atende aos requisitos nutricionais de segurança alimentar, porém, nem sempre tais comunidades têm acesso livre e fácil a tal dieta.

Para o plantio da mandioca os ribeirinhos utilizam o sistema tradicional da Amazônia de “corte e queima”, abrindo clareiras na floresta. A própria floresta tem a capacidade de recompor essa clareira, quando tais comunidades são nômades e migram de tempos em tempos para outras áreas. Entretanto, a mudança na utilização das terras na Amazônia com a fixação e posse das terras por comunidades ribeirinhas, traz consequências ao sistema como o empobrecimento dos solos sem possibilidade de regeneração e escassez de caça, o que, de fato, já é relatado pelos moradores destas comunidades. Adicionalmente a bacia do rio Arapiuns não é rica em peixes.

Estas constatações sugerem um projeto para construir junto à comunidade, capacidade de adaptação às novas realidades do sistema agrícola que agreguem os conhecimentos tradicionais com novas técnicas de cultivo. Essa construção gerou um projeto de segurança alimentar que permite a melhoria na qualidade dos solos, aumento de produtividade dos roçados de mandioca assim como uma diversificação na produção, e conservação ambiental, trazendo bons resultados tanto na melhoria da saúde das pessoas como na saúde ambiental.

O projeto agrícola consiste na implantação de uma roça de um hectare (1ha) por família, dividido em plantio rotacionado de mandioca, milho e feijão, de uma parcela fixa de pimenta do reino, além de um galinheiro. A mandioca, o feijão, frangos e ovos são destinados à alimentação da própria família, o milho à alimentação das aves do galinheiro e a pimenta do reino para comercialização e geração de excedente para auto sustento familiar. A pimenta do reino já é tradicional na região, tem bom valor de mercado, é leve e não perecível, o que facilita a logística de comercialização do produto. O estudo econômico do projeto também demonstrou boas perspectivas de retorno para as comunidades atendidas com a venda desse produto. O projeto ainda busca a introdução mínima de insumos químicos, priorizando sistemas de produção que estejam adaptados e coerentes ao ambiente, além de estimular o uso de áreas de clareiras já abertas na floresta, e que enfrentam baixa capacidade de regeneração em curto e médio prazo.

Tais famílias recebem do projeto o material necessário para o plantio das culturas, como sementes, insumos e equipamentos manuais, além do conhecimento técnico para que pudessem efetuar as melhorias necessárias e demandadas nas áreas escolhidas.

Para suprir a necessidade de irrigação da pimenta do reino no verão, período compreendido pela ausência de chuvas, o projeto perfurou poços equipados com bombas submersas movidas à energia solar ou motobombas que captam água do rio ou de igarapé.

No momento é de vinte e cinco o número de roças e galinheiros de famílias que moram nas seis comunidades, das vinte comunidades da região atendidas pelo projeto Alto Arapiuns.




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